247 - O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) deflagrou nesta terça-feira (12) a Operação Ícaro, que investiga um esquema de corrupção envolvendo auditores fiscais tributários da Secretaria da Fazenda estadual. Segundo o órgão, o grupo teria recebido mais de R$ 1 bilhão em propinas para beneficiar empresas do setor varejista.
Entre os detidos está o empresário Sidney Oliveira,
proprietário da rede de farmácias Ultrafarma, e um executivo da Fast Shop,
especializada na venda de eletrodomésticos e eletrônicos. Segundo a coluna do
jornalista Fausto Macedo, do jornal O Estado de S. Paulo, ambos foram presos
temporariamente. As empresas foram procuradas pela reportagem para comentar o
caso.
O MP-SP também prendeu o auditor fiscal apontado como
operador central do esquema e responsável por manipular processos
administrativos para facilitar a quitação de créditos tributários. Em
contrapartida, ele teria recebido pagamentos mensais por meio de uma empresa
registrada em nome da própria mãe.
Ao todo, foram expedidos três mandados de prisão temporária
e diversas ordens de busca e apreensão em endereços residenciais e nas sedes
das companhias investigadas. O objetivo é recolher documentos e outros
materiais que comprovem as irregularidades.
De acordo com a apuração conduzida pelo Grupo de Atuação
Especial de Repressão aos Delitos Econômicos (Gedec), braço do MP-SP voltado ao
combate a crimes contra a ordem econômica, as decisões fiscais beneficiavam
diretamente empresas que, em troca, pagavam propina.
“O trabalho é resultado de meses de investigação, com
análise documental, quebras de sigilo e interceptações autorizadas pela
Justiça”, informou o Ministério Público em nota, de acordo com a reportagem. Os
investigados podem responder por corrupção ativa e passiva, organização
criminosa e lavagem de dinheiro.